A publicidade é um excelente, e válido, método para adquirir clientes e se posicionar no mercado atual. Contudo, diversos profissionais, podem ter dificuldades em divulgar seu trabalho devido aos requisitos e imposições existentes.
O que dizem os diferentes Códigos de Ética:
Advogados e médicos têm passado por uma situação extremamente similar quanto a divulgação de seu trabalho nas mídias digitais. A OAB no Art. 39 da Resolução 02/2015 impõe requisitos para a publicidade jurídica, entre elas estão a descrição e sobriedade das publicações, além de ficar proibido a utilização dessas com o objetivo de angariar clientes. Caso desejem postar conteúdos, esses devem conter um valor informativo, cultural ou de caráter educacional. Tem-se como outro exemplo os profissionais de Administração, que no Art. 2° do seu Código de Ética, fica claro que são vedados de divulgar, de qualquer maneira, textos que podem servir de propaganda pessoal.
A publicidade dos profissionais de saúde:
De forma análoga aos já citados, o Conselho Federal de Medicina também estabelece critérios para que as postagens em blogs e plataformas ocorram seguindo o Código de Ética. É vedado aos profissionais de saúde, pelo artigo 112 da resolução Nº 2.217, postagens de conteúdos inverídicos, sensacionalistas e a autopromoção. A publicação de imagens, selfies e áudios (mostrando a atuação médica), fotos de “antes e depois” de procedimentos e o anúncio de tecnologias inovadoras que podem “garantir o sucesso” são alguns exemplos de divulgações proibidas pela Resolução CFM. Com relação às conferências e entrevistas para o público, estão presentes essas mesmas imposições. Cabe ao profissional manter-se em assuntos de interesse público e certificar que sua imagem seja vinculada nesses meios apenas como um prestador de serviços.
O que é permitido pela CFM?
Conforme a Resolução, compete aos médicos apenas publicações que tenham valor educativo ou que visam a disseminação de conhecimentos necessários à população. Porém, é importante ressaltar que o Conselho de Medicina não impede a interação e a comunicação com os pacientes pelas redes sociais contanto que as regras sejam respeitadas.
Os planos de saúde e as consequências da publicidade limitada:
Devido às proibições, os médicos encontram dificuldades em angariar clientes e em divulgar seu trabalho. Isso leva a um grande impacto na carreira do profissional, principalmente nos que ainda estão começando a atuar na área e almejam novos pacientes e a construção de um nome para si diante de tanta concorrência existente. Com o objetivo de obter uma certa visibilidade para o serviço prestado e aumentar o fluxo de clientes, muitos médicos encontram como solução o atendimento por intermédio do plano de saúde. Consequentemente, o nome do profissional fica listado nos catálogos dos planos melhorando as chances de ser encontrado por possíveis pacientes em busca daquele especialista. Nesses convênios, apesar de estarem cada vez mais acessíveis ao público, o valor retornado ao médico tem reduzido significativamente. Graças a algumas vantagens proporcionadas por esse tipo de atendimento, muitos ficam à mercê do sistema, se contentam com as baixas remunerações recebidas e evitam fazer publicidade por conta própria para não correrem o risco de ferirem as normas da CFM.
Como fazer publicidade da maneira correta?
Mesmo com todas essas limitações ainda é possível fazer um marketing digital eficiente. A criação de sites e blogs, tanto pessoais, quanto para clínicas e consultórios, conseguem trazer resultados significativos e são instrumentos valiosos que podem auxiliar na propagação de informações e conteúdos para o povo e ajudar na formação de uma reputação de respeito. Textos claros, informativos e que prendam a atenção do leitor são a chave para que essa estratégia funcione. Além disso, investir em artes e no conteúdo visual pode ser um meio de aumentar a eficácia das publicações. Baseando-se nessas estratégias e mantendo sempre a legalidade, veracidade e a discrição nas postagens, há grandes chances de se atingir os objetivos desejados.
